Wagner está entre as duas cidades da Chapada Diamantina há mais de 1000 dias sem registro de mortes violentas


Na Bahia, 178 já ultrapassam 90 dias sem registo de morte violenta; 17 são na Chapada.
Cento e setenta e oito municípios da Bahia somam mais de 90 dias sem registros de mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte). De acordo com o governo do estado, ações das Polícias Militar e Civil no combate ao tráfico de drogas e apreensões de armas contribuem diretamente para a redução dos assassinatos.
Entre os dados registrados pela Polícia Civil, sete cidades contabilizam mais de 1.000 dias sem mortes violentas, dois são na Chapada Diamantina: Wagner e Abaíra. Além deles, os municípios de Feira da Mata, Rio do Pires, Catolândia, Ibititá e Gentio do Ouro completam a lista.
Entre janeiro e abril de 2025, os casos de homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte apresentaram queda de 10% na Bahia, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, atribuiu o resultado ao trabalho de investigação, aos investimentos nos equipamentos de inteligência e também ao reforço das Forças com a contratação de seis mil novos policiais e bombeiros.
“Os dados reforçam e evidenciam a redução do número de homicídios na Bahia. Nos últimos dois anos (2023 e 2024), as mortes violentas apresentaram diminuições de 6% e de 8,2%. Sabemos que temos muito trabalho pela frente e destaco o empenho diário dos policiais, na busca incansável pela manutenção da ordem e da paz social”, destacou o secretário.
Confira a lista dos municípios que estão há mais de 90 dias sem mortes violentas na Chapada Diamantina:
Wagner, Abaíra, Nova Redenção, Rio de Contas, Palmeiras, Marcionílio Souza, Jussiape, Barra Estiva, Utinga, Iramaia, Souto Soares, Boninal, Piatã, Andaraí, Seabra, Bonito, Mucugê.
Atlas da violência
Essas informação foram divulgadas após o Atlas da Violência 2025 apontar a Bahia como líder em homicídios de adolescentes e entre os estados com mais crianças mortas em 2023.
No ano de 2023, de acordo com a publicação, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 14 crianças de 0 a 4 anos foram mortas na Bahia. O estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro, com 24 mortes, e de São Paulo, com 18. A taxa de homicídios para essa faixa etária é de 1,4 por 100 mil habitantes, revelando que, mesmo entre os mais jovens e vulneráveis, a violência é uma realidade presente.
Na faixa etária de 5 a 14 anos, a situação é ainda mais alarmante: a Bahia lidera o ranking nacional, com 48 homicídios registrados em 2023. Em seguida aparecem o Rio de Janeiro, com 33 mortes, e São Paulo, com 30. A taxa de homicídios nessa faixa é de 2,3 por 100 mil habitantes, e aponta para um cenário preocupante de crianças em idade escolar sendo vítimas da violência armada e do abandono social.
Mas é entre os adolescentes de 15 a 19 anos que o retrato da violência atinge seu ápice. A Bahia registrou 945 assassinatos, quase o dobro do segundo colocado, o Rio de Janeiro, com 504 mortes. A taxa de homicídios entre adolescentes dessa faixa etária é de 83,4 por 100 mil habitantes, um número considerado epidêmico pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que define como crítico qualquer valor acima de 10.
Fonte: GovBA/Ipea