Palmeiras/BA: incêndio no lixão provoca fumaça intensa e moradores sofrem com problemas respiratórios


Incêndio já dura três dias; secretaria considera que o incêndio é criminoso.
Uma fumaça intensa invadiu a cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina, desde a noite da terça-feira, 27. O que parecia apenas um incômodo momentâneo, logo se tornou um problema quando foi observado que a origem da fumaça era um incêndio de grandes proporções no lixão da cidade. Moradores reclamam que a convivência com a fumaça tem causado ou agravado problemas respiratórios, especialmente em crianças e idosos.
De acordo com o Secretário de Meio Ambiente, Thiago Ramos, a situação é complexa e, ao que tudo indica, o incêndio é criminoso. “O incêndio foi aparentemente planejado, saíram ateando fogo em vários pontos do lixão”, explicou. O secretário informou que no primeiro momento, ainda na noite de terça, o fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros Militares da Bahia (CBMBA) que se deslocou até a cidade.
No entanto, no dia seguinte, 28, houve a reignição do fogo, mas os bombeiros não puderam ir até o local para contribuir com a tentativa de extinção do incêndio. O Instituto Chico Mendes de Conservação à Biodiversidade (ICMBio) também não teria conseguido enviar os brigadistas, que estavam fora da cidade em um treinamento. A falta desse apoio foi um agravante para que as chamas, já insistentes, ficassem ainda mais intensas, inundando a cidade com a fumaça.
Thiago afirma que os bombeiros se comprometeram a estar em Palmeiras nesta quinta-feira, 29, em atuação junto ao caminhão-pipa da prefeitura que já estaria no local desde o início da manhã. O secretário também informou que será aberta uma linha de investigação para descobrir a origem do incêndio.
Questionado sobre as formas de evitar a questão, o secretário contou que um dos grandes problemas é a deposição dos resíduos no lixão em área aberta, sem tratamento e sem a coleta seletiva de lixo. Essa forma de acumular os resíduos favorece problemas como a poluição do solo, água e ar, riscos à saúde pública, além de possibilitar ocorrências de incêndio. Ele afirma que a cidade e seus distritos produzem um alto volume de lixo, o que demanda ações integradas entre as secretarias para tratamento adequado, já que a cidade não tem condições de ter um aterro sanitário.
Uma das saídas, ele completa, seria a coleta seletiva, algo que afirma estar em curso, inclusive com a possibilidade de aproveitar organizações sociais que já faziam este trabalho no passado. O secretário informa que estão estruturando a gestão da pasta e em busca de soluções viáveis para as questões ambientais enfrentadas pelo município.